Eu, ajudante voluntária de IPSS, me confesso
A IPSS com que colaboro é uma Associação sem qualquer carácter religioso no Interior, desertificado e envelhecido.
A Direção é eleita pela Assembleia e não recebe qualquer remuneração.
As contas são apresentadas anualmente em Assembleia, aprovadas após discussão e esclarecimento de dúvidas dos associados junto da Direção e do TOC e mediante o parecer favorável do Conselho Fiscal.
Após aprovação as contas são entregues à Segurança Social.
A IPSS recebe da Segurança Social um valor por cada cama, ou vaga, aprovada; número abaixo das realmente disponibilizadas pela IPSS.
O utente (idoso) que "apanha" uma destas vagas paga menos pelos cuidados/serviços que lhe são prestados; os outros pagam o determinado pela IPSS sempre abaixo do limite máximo estabelecido pela Segurança Social no caso desta IPSS.
O idoso que não "apanha" uma dessas vagas é bem provável que não possa pagar pelos cuidados/serviços sem que os filhos paguem parte. Nem todos os filhos podem; nem todos os filhos querem; a dívida dos filhos para com a IPSS vai aumentando de ano para ano. A IPSS não expulsa o idoso, não abandona o idoso, é uma IPSS de caractér social e não cometeria uma desumanidade dessas.
Se essa IPSS não existisse, existiam 100 idosos sem condições para ficarem sós em casa e a necessitar de cuidados sem local para ficarem num sistema de há muito no limite e, numa realidade de crescente envelhecimento da população, a necessitar cada vez de mais IPSS's.
Existem pessoas desonestas? Sim, sempre existiram, sempre irão existir.
As pessoas honestas pagam pelas desonestidades das desonestas? Em regra sim, mas é profundamente errado que assim seja.
Eu não darei para o "peditório" de crucificação das IPSS's em geral e da Rarissimas em particular, da Segurança Social, do Ministro; darei sim para o "Peditório" de responsabilizar e fazer pagar quem foi desonesto.